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Pasqualin Na Terra do Xupa​-​Kabra

by Mukeka di Rato

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1.
Existem vários caminhos que uma pessoa pode seguir. Existem várias pessoas dizendo o caminho que você deve ir. Existem certos caminhos que se você entrar, você vai se fuder. Mas eu não vou dizer nada, quer ir? Vai!
2.
Hoje vai ter show, Zé viu no jornal. É lá que ele vai mostrar o seu instinto animal. Ele vai encher a cara e vai bater em todo mundo. Difamar o underground, de lixo e submundo. Zé é Mau!!! Zé é doidão, e briga pra valer. Quebrar lâmpadas e vasos, só ajuda aparecer. Zé sempre vai armado e ataca quem reage. Provando que não é homem, e não passa de um covarde. Zé, é Mau!!!
3.
Rótulo 01:07
Eu sou aguardente, podem me rotular. Definam o meu gosto, sabor, paladar. Composição química, graduação, destilação. Bosta, tripa, pus, catarro, secreção. Rotule-me, já!!
4.
O índio tá vestindo uma camisa escrito USA. O índio tá assistindo um seriado na TV. O índio tá aprendendo a violência na telinha. O índio tá usando a violência em você. O que é o índio? Esse eu não sei. Só conheço Batman, e o Superman.
5.
Rambo musculoso, muito forte, muito mal. Pisa por cima de todos com seu poder imperial. Está matando muitos e não toma nem um tirinho na testa. Algumas vezes acertam seu braço, mas facilmente se recupera. Destruindo povos, culturas, tradições. Esse filme nunca acaba, selva de dominações. Sacrifício de inocentes pelas garras da águia. Quando teremos liberdade se a exploração nunca acaba? Essa noite o "capeta" vai encarnar em Che Guevara. Che somos nós, legião de explorados. Rambo desgraçado foi chamado e vai chegar. E vai tentar, nos parar! Governo, UDR, CIA e FBI. Unidos entre si vão destruir o MST. Não haverá pra onde fugir, será o final da linha. Braddock vai matar José Rainha.
6.
Chuva 01:11
Como sinto, duas coisas ao mesmo tempo. Doce ou salgado, preto ou branco, não consigo, pensar. No que realmente quero, se hoje, ou amanhã. Como? Como pode? Porque tenho que passar por isso? Será mais uma prova entre muitas outras? Mas prova, prova de que? Se tudo é real ou ilusão, poderia ser tudo diferente. Mas depende, só de nós. Sorrindo ou chorando e caminhando, na chuva, de indecisões.
7.
Mente Positiva! Mente Positiva! Mantenha-se assim! Mente Positiva! Seja positivo, defenda seu ideal. Mas nunca imponha nada, respeite as pessoas. Use sua mente, só pra fazer o bem. Não seja um fascista, não imponha nada a ninguém! Seja positivo, não seja um ganguista, respeite o ser humano e seu ponto de vista.
8.
Descaso, super lotação. Abacaxi mecânico, corrupção. Entregando o diploma de marginalização. Faculdade do Crime, burocratização. Avançados armamentos, armamentos pesados. Sistema penitenciário, educação-presidiário. Dentro da prisão, lá fora controla o tráfico. Condena o recluso, à ilicitação. Prisão liberdade liberdade prisão. Pessoas não tem culpa, de sua condição. Enjaular atrás de grades, só agrava a situação. Eliminem as diferenças, melhorem a qualidade de vida.
9.
Dislexia 01:02
O pior que você fez, foi fazer o que talvez. Não tem nada em comum. Vai você comer tutuú. Vida, vida, faz valer o que? Vida, vida, o nosso viver. Inocência ou rebeldia? Nazi-democracia. Tanto faz ninguém faz nada. Joga tudo na privada. Vida, vida, faz valer o que? Vida, vida, o nosso viver. Você não sabe ler. E nem sabe o que quer ser. Engenheiro ou lixeiro? Mas um dia vai crescer! Vida, vida, faz valer o que? Vida, vida, o nosso viver.
10.
A noite engatilha uma arma. O medo sorri, se alegra e bate palmas. Corpos nus entrechocados em folhas de jornais. Pânico, terror, se aproximam mais. Adormecido pra sempre pode ser ao amanhecer. Os pombos se foram, então o que fazer? A dor, está, na alma do estômago. Tomando chicotadas, vivendo ao abandono. Derretendo raiva, a própria flor da pele. Julgamentos, injustiças toda hora se repetem. O tópico paciência já está quase se esgotando. Muitos olhos se refrescam, muitos estão queimando.
11.
Essa é uma história muito triste. Da vida de um pobre deputado. Seu salário não dava pra nada. E ele vivia sem roupa, coitado! Um dia teve uma idéia genial. "Vou criar o Auxílio Paletó!". Mas o povo ingrato reclamou: "Féladaputa!". E ele continua, sem roupa, que dó. Ah féladaputa, ah seu desgraçado, você não se envergonha? Então olhe pro seu lado. Os meninos se drogando, gente faminta sem lar. Hospitais caindo aos pedaços e você só pensa em roubar. Só pensa em si mesmo, só pensa em enriquecer, a fome na sua frente e você finge que não vê. Mas é bom ficar esperto e não dá bobeira não. Pra nunca precisar, usar o Auxílio Caixão! Que pena, do pobre Deputado. Que pena desse féladaputa! Porque não Auxílio Saúde? Porque não Auxílio Alimentação? Porque não Auxílio Cultura? Porque não Auxílio Educação? Para o povo!
12.
Presos 00:49
Se ficarmos aqui brigando, não vamos sair daqui. Estamos presos nas mesma quatro paredes e essa porta temos que destruir. Pra vencermos esse obstáculo teremos que nos unir, ou seremos esmagados quando as paredes caírem. Utilizemos, todas armas possíveis. Pra jogarmos, essa porta ao chão. Alcancemos, nossa liberdade. Com nossas próprias mãos!!!
13.
Quero estudar para ser "Dotô". Com muito carinho, com muito amor. Procurar escola, me matricular. E os coleguinhas, eu vou ajudar. Não achei escola nessa podridão. Eu não vou estudar, eu vou virar ladrão. Não gosto de Deus, não gosto de ninguém. Quero ver que goste, depois de ir pra Febem. Consegui escola, não tinha carteira. Sentava no chão, sujo de poeira. Não tinha merenda, fome apertava. Eu comia lixo, eu bebia água. Mas não tinha aula, não tinha professor. A escola era um lixo, e podre era o odor. Então voltei pra rua, até matar eu fiz. Tanta cocaína, comeu o meu nariz. Não tinha esperança, de me arrepender. Eu chorava sempre, sem ter o que fazer. Não tinha família, não tinha ninguém. Era um pobre verme, jogado na Febem. Saí da Febem, morria de desgosto. Dormia na rua, perto do esgoto. E naquela noite, enquanto eu dormia. Na minha cabeça uma bala atingia.
14.
La-Ré-Sol 00:48
La-Lá-Lá-Ré-Sol-Lá! Os três notão bravo na maior cara de pau. Uma base simplezinha, chimbal, caixa, chimbal. Porque não monta a sua banda e começa a ensaiar? A guitarra é cheia de notas, mas use só Dó, Ré, Mi, Fá. La-Lá-Lá-Ré-Sol-Lá! Não me importa muito o som, mas sim o que você vai falar. Uma mensagem positiva encaixa em Dó, Ré, Mi ou Fá. É melhor estar numa banda do que numa gangue, ou nas ruas se drogar. Não me importa muito o som, mas sim o que você vai falar. La-Lá-Lá-Ré-Sol-Lá! Lá... Si.. Dó.. Ré-Mi!
15.
A fome vergonhosamente apresenta: Mukeka di Rato não! Em cartaz em qualquer favela. Em cartaz em bairros do nordeste. Em cartaz em qualquer buraco! Mukeka di Rato não! No papel principal o povo. Dirigido pelo governo. Com fortes cenas de miséria. Prova concreta da fome. Mukeka di Rato não! Mas no final desse filme. Nada muda de verdade. Pessoas comendo ratos, na realidade. Mukeka di Rato não!
16.
Skaratáfeliz porque encontrou quem ele queria. Skara pouco se importa se alguém o julga ou discrimina.
17.
A beleza do pôr do sol que toda tarde se repete. Proporciona um lindo câncer di pele. Escape from society. No more society. Escape from society. Fuck off society.
18.
Enfia a mão no bolso querido irmão. Nos dê o seu dinheiro com emoção. Eu sinto, seu coração está em festa. Deus gosta de gente de mão aberta. Compre seu lugarzinho no paraíso. Lá, a água é limpa, o céu é lindo. Se a contribuição aumentar. A gente arruma uma casinha de frente ao mar. Irmãos!! Igreja, ladrões, mentiras, desgosto. Ódio sem medo, com raiva, com nojo. Pressiono o padre, disfarça fingindo. Revela-se a farsa, a máscara caindo. O que alimenta mais, uma hóstia ou um pão? Eu nunca vi criança encher barriga de oração. A reza é coberta quando o pobre sente frio? Salário pra pastor alguma vez você já viu? Não quero ser obrigado, a me confessar. O dízimo é sinônimo de assalto, nunca irei pagar. Eu não dou valor, pra padre, papa ou pastor. Vamos vender o ouro do Vaticano. Vamos linchar pastores profanos. Não venerar imagens de santos. Deixar que a bíblia apodreça num canto. Respeito sua religião e espero que te faça bem. Mas não me imponha essa merda, eu quero respeito também.
19.
Já Basta 01:37
Eles pegam em armas e usam a força pra executar suas leis. São os belos mocinhos com sorriso estampado no rosto. Se pegarmos em armas pra lutarmos por melhorias. Somos tachados de criminosos. Sem rosto. Com cara de mau. Não somos vilões com cara de mau. Eles é que matam pela segurança nacional. Afogam democracia, justiça e liberdade que eles dizem defender. Já Basta! "Mas temos esperanças de um mundo, onde todos possam ser felizes. Sem que isso implique na infelicidade de outros. Sabemos que é impossível um mundo perfeito. Mas um mundo que reconheça, seus erros e acertos, já!" Já Basta!
20.
Nós votamos neles e acreditamos em suas palavras. Mas quando assumem o poder, eles não fazem nada. Não investem na população e ficam com a grana pra eles. Saúde, educação, segurança, são metas quase impossíveis. Cães rançosos! Não somos como vocês! Não somos animais! Seus porcos desgraçados!!! São pagos pra roubar e nos fazem sofrer. Agüentamos calados, sem nada fazer!
21.
Hoje é Sexta-feira e eu quero comer! Num lugar requintado e bonito pra valer. Eu não quero saber se a comida é uma bosta. Sendo muito cara e tendo ibope é o que importa. E isso sendo assim, eu vou ficar contente. Mesmo que essa merda não tape o buraco do meu dente. Tenho que fazer, isso vai ser foda. Comer um sanduíche no Mék Donalds a qualquer hora. Milk Shake 100% Napalm!!! Há há há!!
22.
Veículo do mal, de manipulação. Conduzindo a população. Existe um tirano que vive sublimado. Conduzindo milhares de gados. Atrofiando a vida de uma nação que sofre. Mediocridade no horário nobre. Exclui o nacional, importa o enlatado, pobres no cocho comem lavagem encantados. Suas marcas, suas patentes, suas modas, seus presidentes. Que seja a dele, a nossa vontade. Povo boçal, não tem liberdade.
23.
Capetali$mo 01:42
Contém em $i o germe de $ua própria de$truição.
24.
Não chame o porco de policial. Não ofenda o pobre animal.

credits

released January 1, 1997

MDR É:
Brek Frequinho: Colé de Pau
Mozine Pé de Pulga: Jequitibá Rei
Paulista Chico Lessa: Dystórcidus Kavákus
Sandro Bunda de Valão: Hablador Rajante
Bebê Pai Véio: Presidente do SindCrust

FICHA TÉCNICA:
Produção Executiva: Victor Ribeiro
Assistente de Produção: Rafael N. Carvalho
Produtor executivo da 3ª prensagem: Diabo
Assistente: Deus
Equipe Técnica: Arcanjo$ & Demônyo$
Gravado no Estúdio Artimanha por Felipe Caduco
Técnico de gravação: Geraldo Ribeiro
Masterização: MCK (hehehehehehehe)
Fotos: vai saber quem tirou...
Ilustrações: Marcio Sno SP
Xupa Kabra: xupado da internet (rúúúim)
Logo: Danton Borges
Arte da primeira capa: Claudia Pereira
Arte dessa capa: Shan motherfucker Med & Móz the fucker
Békin Vókaus: MDR + Rafinha + Coca-Cola + Alvaro
Participação Especial: Tulio DFC
Samplers: Felipe Caduco com participações de Gregório, André e Chico (Deceivers) em Deturpação Divina.
Todas músicas foram feitas pelo Mukeka, menos Cães Rançosos, por Hanceniaze
Todas letras escritas por MDR, menos Cães Rançosos, por Tadeu N. Kaiser (Sindcrust) e Já Basta, inspirada no texto do Sub C. Marcos do ELZN.

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